segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Lavar roupa todo diiiiiiiiiia....mata.

Dá pra imaginar viver de lavar roupa?

Assim, ser LAVADEIRA por profissão?
É claro que as lavadeiras existem, somos nós, pobres mortais que jogam a roupa na máquina, colocam sabão em pó e giram o botão. Parece fácil, mas eu posso
dizer, não é!
As lavadeiras podiam ser classificadas de várias formas: as que lavavam na casa da patroa (uma dondoca que evidentemente nunca colocou a mão num sabão de barra e não sabia o trabalho que dava lavar aquele monte de panos) e as que lavavam na fonte ( no verão deveria ser bom, mas e no inverno?); as que lavavam por peça (difícil escolher uma peça para lavar. Já pensou lavar meias? Odeio!) e as que lavavam por mês (juntar roupas de um mês e lavar? NEM PENSAR!); as que apenas lavavam e as que lavavam e passavam, além das que lavavam e engomavam (heroínas!).

Deveria ser uma profissão muito valorizada, mas com absoluta certeza, nunca deram a uma lavadeira a sua devida importância.
Esfregar, molhar, ensaboar, quarar [palavra do teeeeeeeempo da vovó], enxaguar, esfregar novamente, bater [batiam as roupas contra pedras. Violentíssimo!], enxaguar, esperar secar, recolher, passar e por Deus, finalmente engomar. E com sorte elas não teriam que repetir o serviço, porque fazer tudo isso acarretava em roupas ainda sujas, que necessitavam uma reprise do massacre para tentar tirar a nhaca de uma semana de uso.
Felizmente, como passar dos anos alguém extremamente abençoado e com visão de futuro, inventou a máquina de lavar e hoje, praticamente toda dona de casa, tem uma na área de serviço e como eu sou extremamente moderna e descolada (entenda-se não dada a afazeres domésticos) a primeira compra que fiz para minha casa, foi uma máquina de lavar.
Linda, versátil e ecologicamente correta, ela se encaixou perfeitamente na micro área de serviço e tornou tudo bem mais fácil. Evidente que algumas peças exigem que minhas unhas sejam maltratadas com esfregões titânicos para tirar manchas, mas tudo bem; ou ia tudo bem até eu descobrir que até uma máquina tem limites.
Eu acredito que, por um lapso de atenção eu acabei ultrapassando consideravelmente os limites da lavadora, fazendo com que duas peças fossem parar exatamente
no eixo que a fazem girar e consequentemente funcionar.
O meu lado masculino que me impede de pedir ajuda de imediato e tem algum complexo de mecânico, resolveu que poderia solucionar isso se enfiasse o braço entre o cesto e a máquina e conseguisse milagrosamente retirar a blusa aos pedaços que estava completamente enroscada no eixo (VIDE FIGURA EXPLICATIVA).
Como um braço não foi o suficiente, pensei que os dois resolveriam os problemas.
Ali, se iniciava uma luta brutal que durou longos minutos entre a dor de braços apertados e a resistência implacável da devoradora de roupas.
Num dado momento eu estava disposta a desmontar a máquina e embebida por uma “inteligência” descomunal, eu peguei a chave de fenda e tentei levantar a tampa sobre o eixo, mas de alguma forma eu errei uma tampa com 30 centímetros de circunferência e atingi com toda minha ira, o meu polegar esquerdo; o que me fez acocar de dor e chamar minha mãe, mesmo que ela não pudesse me ouvir.
Eu não me entreguei, mesmo que corresse o risco de cair dentro da má
quina, afinal, eu tenho 1,60 cm e a máquina bate acima da minha cintura; eu com os dois braços trancados entre o cesto e a máquina puxei furiosamente aqueles malditos farrapos e enquanto me sentia extremamente estúpida e a dor no corpo já me impedia de continuar o bom senso foi vitorioso e eu desisti.

Uma semana depois duas boas almas arrumaram a máquina em bem menos tempo do que eu levei me dilacerando, gastei 20 reais e duvido muito que eu vá usar toda a capacidade da minha lavadora novamente.


Um comentário:

Maria T. disse...

também tenho problemas com minha máquina de lavar.