segunda-feira, 17 de maio de 2010

Para meu coração, guardei....

Remexi umas caixas hoje, velhas caixas, procurando mais do que informações; procurando inconscientemente LEMBRANÇAS, não para lembrar melhor, mas de alguma forma para tentar sentí-las e voltar dias, meses, anos talvez, em um resgate desesperado daquilo que fui e perdi no meio dos caminhos que escolhi e guardei nas tantas caixas que abri, hoje.
Eu lembrei do quanto eu gostava de cartões, porque só encontrei três, o resto; bem, joguei fora nos momentos em que os sinais de mudanças em mim eram mais evidentes e se tornariam as mais tristes mudanças que me forcei a fazer. Por quê será que guardei estes três cartões? Eu os li, novamente, como um ato religioso de alguém que nunca reza; um do meu pai aos meus 16 anos, um dos meus amigos na minha formatura e um pseudo-assinado pelo meu irmão no meu primeiro aniversário depois que deixei de ser filha única. Descobri que um pouco do que fui ainda permanece em mim e me senti uma Adriane de outro tempo, que ainda chorava em filmes, que ainda rabiscava palavras de afeto na contracapa dos cadernos de escola das amigas que ainda persistem comigo apesar das mudanças.
Encontrei fotografias antigas, de entes queridos e percebi com grande dor que certas feridas não vão cicatrizar e que cada vez que eu remexer nas caixas boas e más sensações virão. O avô que não conheci e aprendi a admirar ouvindo histórias contadas pelo meu pai, orgulhoso como um menino falando de um super-herói com poderes fantásticos; fotos da infância de correr na rua e um joelho extremamente machucado que ainda tem a cicatriz física que não dói, mas a saudade de uma infância cheia de hematomas e feliz, sim.
Encontrei finalmente, os objetos, dados a mim de uma forma na época sem grande significado e que hoje me trazem novamente o cheiro, a cor, o desejo de viver tudo novamente.
A aliança da vovó.
A vaquinha decorativa que enfeitava a cozinha mais doce da pessoa mais maravilhosa que podia existir e que perdi em meus braços.
A ficha de Cassino, o vício, o jogo mais intenso da minha vida, que perdi.
O cd do The Corrs, que amo e me foi dado com carinho e ternura únicos e guardo como tesouro.
O filme que eu me dei com feroz vontade de ignorar tudo que ele me faz sentir.
Descobri que para meu coração, guardei, toda lembrança que precisa de mais do apenas sem lembrança, precisa ser física, porque são parte imprescindível nos momentos em que eu preciso me lembrar que ainda existe um coração e ele ainda bate e que ele merece continuar batendo porque ele não foi feito apenas para manter o corpo físico vivo.
Guardei tudo nas caixas, agora não tão empoeiradas, não tão esquecidas. Elas voltaram para o fundo do armário, junto com as minhas dores, saudades e amores mais queridos. Para ficarem ali, quietas, para quando eu precisar tocá-las novamente, sentir o que deixei de ser tem muito tempo....mas que ainda vive.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Coooooomo assim? o.O

Então é isso.
Eu estava sem inspiração e isso não é difícil de acontecer, por isso o destino colocar na vida de pessoas como eu, pessoas como meus amigos, fontes inesgotáveis de histórias boas, ruins, estranhas mas com uma constante, SEMPRE ENGRAÇADAS.
Para entender o que vou contar, você precisa assistir a um dos vídeos do seguinte link:

http://www.youtube.com/user/maspoxavida

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Pronto?

Agora que você assistiu o vídeo, se você não assistiu, seja honesto, volte a assista senão não terá graça e você estará perdendo um tempo precioso da sua vida lendo as merdas que escrevo sem entender nada.
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Agora assistiu? Ótimo.

Explico....

Eu tenho uma amiga, de coração mesmo, daquelas pessoas que você jamais quer que saiam da sua vida porque realmente fazem a diferença e ela é realmente muito parecida comigo, até nas desgraças.
Mas nada que eu faça é comparado a capacidade de ter sonhos estranhos, pelo menos uma capacidade que ela adquiriu recentemente acompanhando os mesmos vídeos que eu "forcei" você a ver. =)

Então vamos visualizar o sonho que me foi descrito recentemente:

"Eu acordei, levantei quase sonâmbula e fui fazer o meu café, quando chego na cozinha, está o PC Siqueira (o cara do vídeo gente!) fazendo café, na minha cozinha! Eu olhei pra ele sem entender o que ele fazia ali como se estivesse em casa e como se aquilo fosse algo comum, e COOOOOOOOOOMO ASSIM???? O que tu faz aqui? Eu perguntei pra ele. E ele me respondeu: Fazendo café! E eu senti muito medo, e tenho sentido muito medo de entrar na minha cozinha até agora."

Agora veja a versão que se criou na minha imaginação (que a minha amiga vai descobrir agora!):

"Ela levantou (no sonho!) escabelada, com aqueles fiapos de cabelo que insistem em permanecer em pé porque o objetivo de vida deles é destruir a nossa vida social, e foi para a cozinha, arrastando as pantufas e querendo voltar pra cama, quando de repente tem uma coisa magra/feia/vesga/escabelada/+feio ainda fazendo café na cozinha na sua cozinha como se recém tivesse levantado da mesma cama que ela ( e acho que foi essa idéia que instintivamente foi isso que a assustou) e virando-se para ela diz: Estou fazendo café amoreco! Xuxu! E faz aquele beicinho para receber um selinho como prova de amor e nenhuma repulsa ao bafo matinal. Ela olha e diz, COOOOOOOOOMO ASSIM? Beirando a histeria e acorda como se estivesse tirando uma corda do pescoço. Fim."

Enquanto essa cena grotesca se criava em minha mente eu tinha absoluta certeza que tinha que escrever aqui. Não que alguém realmente possa gostar, mas eu precisava tentar passar para o resto das pessoas que ainda lêem esse blog, o quão assustador poderia ser isso com a pessoa do vídeo, SIM, ele mesmo.

Tenho certeza que depois que ler essa postagem, ela (minha amiga querida rsrs) não vai achar o sonho dela tão ruim e vai entender porque, depois de diiiiias, eu ainda me pego rindo sozinha e me presto a enviar mensagem para ela pra demonstrar todo impacto que esse sonho, ou a imagem que EU criei, tiveram na minha vida.

Por quê, se é nos sonhos que conseguimos aquilo que tanto desejamos, porque pessoas como ela e como eu, temos o azar de sermos sacaneadas até neles?
É a pergunta que não quer calar.

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Divirtam-se! \0/