quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Lutando com Palitinhos

O sushi tradicionalmente é feito com arroz temperado com molho de vinagre, açúcar e sal, ao qual é combinado com algum tipo de peixe ou frutos do mar, ou ainda vegetais, frutas ou até mesmo ovo. A tradição japonesa é de servi-lo acompanhado de wasabi e shoyu (molho de soja).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sushi

Eu SEMPRE quis comer sushi e duvido que alguém não tenha ao menos curiosidade de provar. Veja bem, bolotinhas coloridas, de vários sabores, cores e cheiros e uma coisa em comum, PEIXE CRU, atrativo; não?
Eu adoro peixe, mas cru não é exatamente o que eu chamaria de uma necessidade física de comer, mas a curiosidade me acompanha em determinados assuntos e culinária é um destes. Entretanto no local onde resido, o conceito de sushi se comparado aos pratos típicos é quase uma afronta a tradição, visto que carne vermelha é obrigação no dia-a-dia, portanto, aos 22 anos peixe cru jamais entrou na minha vida. Até hoje, pelo menos.
Então, como um desafio ao meu sistema digestório frágil (todos temos pontos fracos!) ,eu decidi que era hora de saciar esse desejo descomunal de provar a iguaria japonesa. Pois bem, lá fomos nós (ninguém achou que eu me estaria a tal ponto sozinha né?), pedir uma porção com 32 peças totalmente desconhecidas, mas entender os utensílios para degustar tal prato é praticamente um teste de raciocínio lógico. Comece pela raiz forte, ela não tem este nome a toa, é forte, muito forte, de lágrimas insistirem em sair dos seus canais lacrimais sem a mínima cerimônia.
Passe pelo shoyu, bom, eu gosto, para quem não gosta, lamento.
Agora chegue ao palitinho, a os palitinhos, veja o sushi como um quebra-cabeças no qual a peça chave realmente são os palitinhos. Pequeninos pedaços de madeira capazes de transformar uma refeição em algo inacreditavelmente difícil. São dois, e dois totalmente incompatíveis com seus dedos, simplesmente não encaixa, teriam que ser usados como pinça, mas até você adquirir habilidade suficiente para isso o sushi já chegou, deve ser por isso que os palitos são levados antes. Eu descobri que minha coordenação motora acaba quando começa o uso dos palitinhos.
É incompatível com um atrativo de catástrofes como eu, conseguir segurar uma bolinha molenga de comida com dois palitos que nem de longe formam uma pinça na minha mão, mas como tudo se aprende na vida e a fome ensina, eu consegui de maneira até prodigiosa segurar o sushi com os palitos, um tanto quanto instáveis é bem verdade, mas consegui. Desprender-se de todas as teorias de tênias ou outros vermes que acometem peixes é outro desafio e confiar no cozinheiro e na qualidade e seriedade do ambiente são um teste para uma pessoa desconfiada como eu. Nada melhor do que pensar que vermífugos existem. Levar o sushi até a boca é de longe o mais fácil se compararmos com o fato de ter que engolir, que é de longe o mais difícil. Algumas peças vão “facim facim”, mas outras necessitam de uma mastigação mais vertiginosa e especulativa como: “Devo realmente engolir isso?”. Não é fácil sobreviver ou ao menos não ter um surto alérgico após a segunda peça, tampouco desligar-se da realidade de que é cru e não é tão bom quanto era na teoria, mas é uma experiência de vida, que se você não quiser ter não fará absoluta diferença, então sinta-se a vontade para não vivê-la.

Mas se alguém pensa em viver uma situação como essa eu diria que:
  • Nenhum estômago está suficientemente preparado para isso, não se iluda.
  • Ninguém adquire coordenação motora instantaneamente, pratique antes.
  • Em hipótese alguma coloque muita raiz forte no shoyu ou diretamente na boca, vai arder de maneira descomunal.
  • Não pense no que está comendo, engula e pronto.
  • Tenha sempre um refrigerante por perto.
  • Na dúvida espere alguém comer e se depois de 1 minuto não surtir efeito negativo, coma.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ter ou não ter não é a questão.

Ter ou não ter um blog não é a questão. Isso é tolo se comparado a realidade de que um blog é QUASE como um compromisso (quem tem ojeriza ou trauma a palavra compromisso etnende como é terrível). Você decide ter, arruma ele com jeitinho pra ficar a sua cara e nem assim consegue o resultado esperado; pensa e repensa inúmeras vezes sobre o que colocar nele e o que realmente quer que os outros leiam (mesmo sabendo que muitos não vão entender); dedica horas de um esforço descomunal de seu intelecto para escrever um texto como ensinaram no ensino médio: Introdução, desenvolvimento e conclusão (era só isso? ahh...título antes de tudo); tenta colocar bom humor mesmo que não haja nenhum em algum dos dias que bem poderiam ser deletados da memória; tenta transmitir mensagem de carinho e harmonia quando as pitadas de sarcasmo e sede de um sanguezinho insistem em pincelar a página; enfim, eu resolvi tentar mais uma vez, sem grandes promessas de atualizações diárias cheias de sagacidade e inteligência dignas de um escritor de suspense porque de fato não sou!
O texto inicial sempre é chato e para os que acreditam no ditado "A primeira impressão é a que fica" eu alerto que leiam a segunda postagem antes de deletarem o endereço dos seus favoritos (se é que ele vai parar neste espaço VIP do seu computador).

Sobre/Vivendo foi escolhido como título pelo simples fato de que tudo é assim. Você sobrevive e fala sobre estar vivendo e como consegue essa proeza no caos do dia-a-dia, nãããão eu não me refiro a balas perdidas, esfaqueamentos, também a bem da verdade, mas sobrevivemos a perigos sacanas, escondidinhos no cotidiano, como: calor senegalês e uma previsão do tempo deprimente, água supostamente potável, bactérias que se proliferam em locais que até Deus duvida, vírus sedentos de causar danos (e ainda dizem que não são seres vivos!!!), claustrofobia em elevadores com manutenção suspeitíssima, trânsito caótico de uma cidade em que 10% dos motoristas realmente sabem dirigir (sim faço referência a minha cidade!); índices altíssimos de irritação frente ao maldito BBB (9 agora!) que nunca tem fim e conseguir não enfartar de ódio e nojo e evitar estrangular expectadores dessa MERDA que insistem em compartilhar com você fatos"importantíssimos"como: "Fulano beijou a fulana embaixo do edredom, óóó!!!"; ouvir o presidente brasileiro dizer (ó Cristo) em rede NACIONAL: "Estou rezando pelo companheiro OBAMA, porque ele tem um pepinaço na mão"; e se controlar para não tentar urgentemente se naturalizar argentino; que seja. Tentações homicidas e suicidas diárias, que enfrentamos corajosamente embora não vejamos sentido nenhum nisso.


Tirinha retirada do site: www.dotgospel.com/blog/o-mundo-e-um-tedio/