domingo, 18 de abril de 2010

Como arrombar seu próprio carro.

Eu realmente não tinha um título que captasse o que eu queria então coloquei este mesmo. Eu paguei para arrombarem o meu carro.
Sim, eu paguei para uma criatura abrir meu carro a força. E por que eu fiz isso? Porque o fechei com a chave dentro.
Mas, como se não bastasse isso que por si só já é a maior estupidez/sacanagem eu estava em Libres/ Argentina, ou seja não estava em absoluto em casa.
Eu sou, e repito sempre aqui, um atrativo de tudo que possa dar errado, mas ontem, justamente ontem eu andava com uma das minhas amigas que potencializa esse meu dom, é verdade Flávia, tu tens que concordar.
Juntas somos o maior catalisador de coisas fodas que podem acontecer e claro que se é pra esquecer a chave do carro dentro dele e trancá-lo, isso tem que acontecer em outro país, que fala uma língua diferente, quando já está anoitecendo e quando estamos praticamente sem um centavo no bolso; que é pra conferir o maior pânico possível em nós e muita risada no resto da humanidade.
Então vamos lá, saímos de Uruguaiana rumo ao outro lado da ponte, Mariane, Flávia e eu com o simples e inocente objetivo de tomarmos uma cerveja e sumir temporariamente do Brasil, o que nos é difícil morando na Fronteira.
Passeamos, tomamos nosso chimarrão e quando tive a infeliz idéia de entrar no supermercado, fui deixar os apetrechos gauchescos dentro do carro, abri a porta do carona, larguei a chave no banco, coloquei as coisas no carro e TRANQUEI a porta do carona. E fui muito alegre fazer minhas compras, quando fui pagar de repente aquela coisa que latejava no fundo do meu cérebro veio a tona: ONDE ESTÁ A DROGA DA CHAVE DO CARRO.

De imediato me vieram os seguintes pensamentos:
-Esqueci na prateleira de bebidas;
-Esqueci na porta do carro e se isso aconteceu provavelmente estou sem carro agora;
-Deixei cair perto do carro;
-Entreguei para as gurias (o que eu tinha certeza de não ter feito!).

Após não conseguir confirmar nenhum dos meus pensamentos eu fui até o carro e lá dentro estava ela, sozinha, jogada no banco traseiro, foi nessa hora que eu consegui sentir alegria e frustração manifestadas em mim em sua totalidade.
Como eu pude cometer um ato de total imbecilidade? Depois a Flávia me chamou a atenção de que estávamos falando em filhos e isso realmente é um assunto perturbador, então eu me dei um desconto.
Pois bem, após constatar que não havíamos sido roubadas mas que não tínhamos como voltar para casa começou nossa odisséia para arrombar o meu carro.
Qualquer carro na face da Terra se deixaria arrombar depois da décima chave usada, mas o UNO? O MEU UNO? Nããããão, ele seguiu lá, firme e forte, LACRADO, no meio de uma avenida movimentada onde todos os carros brasileiros resolveram passar e 3 homens que jamais vi na vida encheram meu coraçãozinho de esperanças quando tentavam inutil e desesperadamente abrir meu carro.
Evidente que a minha cara de paspalha foi intensificada com o ajudante de supermercado, o aspirante a arrombador mais dedicado que tive ontem, começou a tirar sarro da minha cara perguntando sobre um namorado que não tenho tentando justificar a minha falta de atenção porque eu estaria preocupada com isso. Eu fiquei com raiva e em qualquer outra situação eu teria respondido da maneira mais hostil que poderia, mas minha posição não era das melhores então eu me calei.
Quando nossas chances se esgotaram foi a hora de chamar um chaveiro de verdade, nada como um profissional para mostrar que você é um completo idiota por jamais ter pensado em fazer algo tão simples como ele faz na sua frente e ainda arranca seus últimos centavos, que você dá em estado de júbilo por ter seu pesadelo sendo exterminado.
Ele simplesmente enfiou algo que até agora não sei o nome, entre os espaços da porta, inflou até que houvesse espaço, enfiou um gancho e puxou o trinque.
Duvido que em alguma vez na minha vida meus olhos tenham expressado tanta emoção, quando ouvi o estalinho da porta se abrindo eu estava em estado de glória total, eu diria até atingindo NIRVANA.
Duvido também que minhas amigas vão esquecer esse dia, porque não passariam por isso com nenhuma criatura na terra que não fosse eu.


Depois disso, é claro que fomos tomar uma Quilmes bem gelada para comemorar o resgate da chave e a garantia de voltarmos para casa sem a humilhação de ter que chamar meu pai com a chave reserva.

Divirtam-se com as tragédias cotidianas dos outros porque eu me divirto.

Beijos.....

5 comentários:

JoaoFPR disse...

As vezes tenho vergonha de ti.

Flavinha ^_^ disse...

Obrigada pela parte que me toca! ehehehehe =p
Cada uma que acontece... =)

Mary_Flor disse...

Ah... não adianta.. MARY, FLÁ E NANI... nada seria tão normal!!! Hehehe! Postei sobre nosso querido sábado tbm, dá uma olhada depois.
BEIJÃÃOOOO

Mundo do Gê disse...

Bom Nani, passei aqui para partilhar com vc o Premio Dardos, têm um selo esperndo por vc no Mundo do GÊ!
http://gegoufer.blogspot.com


Abraço!

Mundo do Gê disse...

ADri mais dois selos, pra vc...e só pegar...

Abraço!